Quem achou que no BBB20, Manu Gavassi e Rafa Kalimann já tinham abalado as diretrizes e mensuração de resultados de qualquer estratégia de marketing, mal sabiam que o BBB21 viria para marcar a história das redes sociais e de como o público interage com os influenciadores.
Ela entrou como pipoca e conquistou o camarote em menos de um mês. Essa frase pode até parecer meio sem sentido, mas o fato é que Juliette entrou para história como a primeira concorrente que conquistou, de maneira tão rápida, milhões de seguidores. Sim. Ela foi de 3 mil para 27 milhões em um piscar de olhos e a tornou campeã dessa edição do reality.
A Rede Globo não fica atrás. Com a pandemia e a estratégia de chamar famosos e influenciadores junto com anônimos levou a emissora a conquistar a maior audiência em realities no Brasil, motivos que levaram até o renascimento do programa “No Limite”, extinto em 2009.
Mas o que está por trás de tudo isso? Segundo João Camargo, CEO da Scope Media, passagens divertidas e polêmicas em um reality conseguem sozinhas sustentar um sucesso no mundo real? Não. As cenas hilárias, discussões, gírias não teriam tanta força se aqui, do lado de fora, uma equipe não estivesse transformando cada segundo de Juliette, em algo tão próximo a realidade de milhares de brasileiros.
Em um caminho “normal”, um participante teria um crescimento gradual, ou até maior quando saísse do programa, mas Juliette veio quebrar todas as regras, se é que é possível dizer que há regras na internet. Mas qual o segredo de sucesso de uma menina que tinha apenas 3 mil seguidores e chegou a ganhar mais de 5 milhões de seguidores por mês?
“Para falar de Juliette é importante voltar ao ano passado e entender como a Manu Gavassi conseguiu manter, e fazer crescer um novo público que continua com ela. A Manu conseguiu desenhar um case de storytelling perfeito, que teria sido jogado no lixo se ela não tivesse feito essa conexão Manu nas redes sociais x Manu no BBB. Os vídeos curtos com moods diários, atitudes que ela tinha na casa, que condiziam com a persona Manu do Instagram. Verdadeira e autêntica”, ilustra Camargo.
Com Juliette aconteceu algo semelhante, mas com um fator ainda maior. Comparada com a popularidade de Manu Gavassi antes de entrar na casa, a Juliette é anônima, a ponto das pessoas ficarem curiosas em saber quem era realmente essa figura engraçada que atraiu holofotes dentro da casa. “Definitivamente o trabalho que foi feito nas redes da Manu durante e após o programa, elevou o patamar de estratégias digitais de gestão em redes sociais durante um reality show para essa edição de 2021, e o time da Juliette está trabalhando, e muito bem, para potencializar a persona fora do ambiente do programa. “A equipe da Juliette pega alguns trechos do programa e transforma em um conteúdo maior. Um exemplo é o “Dicionário Juliettês”. Eles usam várias palavras que ela fala dentro da casa, gírias nordestinas que muita gente não conhece, e fazem uma “tradução” de maneira divertida, gerando identificação e transformando em um conteúdo divertido, bem editado e que gera engajamento”, completa Camargo.
Parte de uma estratégia de construção de comunidade está em gerar identificação, deixar o público sedento de informação e fazer com que ele se reconheça nas atitudes, comportamento e ideias dessa pessoa. “Nas redes da Juliette eles postam fotos dela antes do programa e também criam conteúdos atuais com a família, com os amigos, e isso gera muita identificação ao seguidor que a acompanha, tanto dentro quanto fora da casa. O público quer saber mais de onde ela veio, quem é a família, quem são os amigos, o pessoal quer conhecimento, quer saber o que está por trás dessa pessoa tão interessante que eles estão conhecendo na televisão. E esses conteúdos criados para “alimentar” essa comunidade nada mais são do que estratégias bem elaboradas de construção de comunidade”, reforça João Camargo.
E por que alguns participantes em edições passadas não conseguiram sustentar essa popularidade? Afinal, também eram anônimos como a Juliette, e construíram seu público ao longo do programa. “Conheço ex-Brothers e Sisters que saíram do programa com mais de dois milhões de seguidores, batendo em média 400 mil visualizações diárias nos Stories, depois de um tempo do reality em que participaram as visualizações caíram drasticamente, alguns chegam a bater em cerca de 30 mil visualizações diárias atualmente.
O engajamento foi se perdendo ao longo do caminho, pois eles não tiveram essa construção de comunidade que está sendo realizada com a Juliette. Quando ela saiu do programa, já tinha uma comunidade bem engajada e conectada. Lembrando, que a força motriz de toda essa estratégia é quem ela é lá dentro da casa, sem isso sua equipe de mais de 18 pessoas não conseguiria seguir a estratégia da maneira que estão seguindo agora. Esse time está mantendo engajado o Instagram, TikTok, YouTube, Facebook e Twitter, da participante, cada rede com seu respectivo conteúdo. Sem esquecer dos famosos memes, que reforçam ainda mais essa identidade com o público”, ratifica Camargo.
Com o final do programa é ficar de olho e acompanhar se ela sustentará tudo o que a transformou em um “furação”.
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FONTE: ASSESSORIA