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Invasões Holandesas no Nordeste; saiba mais da história e seu legado

As invasões holandesas no Brasil ocorreram ao longo do século XVII, destacando-se especialmente quando os holandeses invadiram e ocuparam Pernambuco. A presença holandesa no Nordeste durou de 1624 a 1654 e estava ligada ao contexto diplomático entre Portugal, Espanha e os Países Baixos.

O principal objetivo dos holandeses era estabelecer uma colônia voltada para a produção de açúcar

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Os holandeses ocuparam o Nordeste por cerca de 30 anos, de 1624 a 1654, em uma área que se estendia do atual Estado de Alagoas ao Estado do Ceará. Eles também chegaram a conquistar partes da Bahia e do Maranhão, mas por pouco tempo.

Em 1624, ocorreu o primeiro grande ataque ao Nordeste brasileiro. Salvador foi o alvo principal, com os holandeses tentando tomar a cidade como parte de seu plano de expansão no Brasil.

Após um dia de combates intensos, conseguiram capturá-la, mas suas tentativas de avançar para o interior da Bahia foram frustradas. A resistência nas áreas circundantes foi formidável, e os holandeses foram expulsos da cidade no ano seguinte.

O período da ocupação holandesa teve como figura central o governador Maurício de Nassau, um alemão que governou de 1637 a 1643 e implementou diversas reformas e melhorias na cidade de Recife.

Gravura holandesa retrata o cerco a Olinda em 1630
Gravura holandesa retrata o cerco a Olinda em 1630

A invasão holandesa no Brasil, que ocorreu principalmente no Nordeste entre 1624 e 1654, deixou um legado significativo na região.

Os holandeses foram expulsos ao final das Guerras Brasílicas

Com o declínio da Companhia das Índias Ocidentais, a defesa da colônia holandesa se enfraqueceu. Em contraste, os portugueses viviam uma fase oposta, pois desde 1640, haviam retomado o controle de seu país. Este período, conhecido como a Restauração de Portugal, marcou o término da União Ibérica e trouxe a família Bragança ao poder.

Mesmo após a derrota, os holandeses receberam dos portugueses o equivalente a R$ 3 bilhões em valores atuais para devolver o controle do Nordeste no século 17. Evaldo Cabral de Mello, historiador e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), detalha esse acordo em seu livro “O Negócio do Brasil”, que está sendo relançado em uma edição ilustrada pela Editora Capivara, de Pedro Correia do Lago. Mello explica que o pagamento incluiu dinheiro, cessões territoriais na Índia e controle sobre o comércio do Sal de Setúbal, totalizando 63 toneladas de ouro na época.

Para calcular o valor atual, a BBC Brasil consultou Sam Williamson, professor de economia da Universidade de Illinois e cofundador do Measuring Worth. Segundo Williamson, o montante corresponderia hoje a 480 milhões de libras esterlinas, ou cerca de R$ 3 bilhões. A edição original do livro de Mello foi lançada em 1998.

Abaixo estão alguns dos principais impactos e legados:

1. Desenvolvimento Urbano e Arquitetônico

  • Recife: Sob o comando do conde Maurício de Nassau, Recife foi transformada em uma cidade moderna para a época. Foram construídos canais, pontes, ruas pavimentadas e diversos edifícios públicos e residenciais. A influência holandesa ainda pode ser vista em algumas das estruturas arquitetônicas da cidade.
  • Mauritsstad: Nassau fundou a cidade de Mauritsstad, que hoje faz parte do Recife Antigo. A infraestrutura e o planejamento urbano holandês contribuíram para o desenvolvimento da cidade.

2. Tolerância Religiosa e Cultural

  • Durante o período holandês, houve um grau relativamente alto de tolerância religiosa e cultural. Os holandeses permitiram a prática de diferentes religiões, incluindo o judaísmo e o cristianismo protestante, o que foi uma mudança em relação à rígida ortodoxia católica portuguesa.
  • Sinagoga Kahal Zur Israel: Em Recife, foi fundada a primeira sinagoga das Américas, a Sinagoga Kahal Zur Israel, como um exemplo dessa tolerância religiosa.

3. Progresso Científico e Cultural

  • Maurício de Nassau trouxe cientistas, artistas e engenheiros ao Brasil. Eles realizaram estudos sobre a flora, fauna e geografia local, além de produzir obras de arte e mapas detalhados. Esses esforços ajudaram a aumentar o conhecimento europeu sobre o Brasil.
  • Frans Post e Albert Eckhout: Artistas que documentaram a paisagem e a população local, suas obras são uma valiosa fonte histórica e cultural sobre o Brasil do século XVII.

4. Economia e Agricultura

  • Açúcar: A administração holandesa incentivou a produção de açúcar, modernizando os engenhos e técnicas de cultivo, o que ajudou a consolidar o Nordeste como um importante centro açucareiro.
  • Comércio: Os holandeses estabeleceram uma rede de comércio eficiente e foram pioneiros na abertura de mercados internacionais para o açúcar brasileiro.

5. Influências Lingüísticas e Culinárias

  • Algumas palavras de origem holandesa foram incorporadas ao vocabulário local. Além disso, práticas culinárias e agrícolas holandesas influenciaram a cultura local.

6. Impacto Militar e Estratégico

  • Fortificações: Os holandeses construíram várias fortificações para proteger seus territórios, algumas das quais ainda existem e são marcos históricos, como o Forte Orange em Itamaracá e o Forte das Cinco Pontas em Recife.
  • Batalhas: A resistência contra os invasores holandeses culminou em várias batalhas importantes, como as Guerras dos Guararapes, que são celebradas como símbolos da luta pela liberdade no Brasil.

7. Legado Político e Administrativo

  • A administração holandesa introduziu novas práticas administrativas e comerciais que influenciaram a organização da colônia, mesmo após a retomada portuguesa.

O período holandês no Nordeste do Brasil, embora relativamente curto, teve um impacto duradouro que pode ser observado em diversos aspectos culturais, sociais, econômicos e arquitetônicos da região.

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