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Vendas on-line de alimentos e bebidas crescem 128% em 2022

A pandemia acelerou a digitalização do setor varejista, incluindo farmácia e supermercado. A corrida às prateleiras para compra e estocagem de papel higiênico em pouco tempo se transformou em um hábito digital: os consumidores passaram a comprar on-line produtos de primeira necessidade e o faturamento do e-commerce foi de 33 bilhões de reais já no segundo trimestre de 2020, representando uma alta de 104% em relação a 2019. Segundo levantamento da Neotrust, os segmentos que mais cresceram no período foram alimentos e bebidas, com alta de 241%.

Entrando no segundo ano de pandemia, entre março de 2020 até julho de 2021, o crescimento foi de 900% na receita das vendas on-line de alimentos, segundo pesquisa feita pela Linx. Já neste ano, um estudo realizado pela NielsenIQ Ebit revela que o número de pedidos de alimentos e bebidas cresceu 128% no primeiro semestre de 2022, em comparação ao mesmo período do ano anterior. No mesmo intervalo, a venda de medicamentos on-line cresceu 56,8%, segundo levantamento realizado pela Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias).

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Para Rodrigo Cardoso, CEO da LAB2U, um dos fatores que influenciou o aumento das vendas do setor alimentício no ambiente on-line foi a proibição de tocar e experimentar os produtos – prática comum sobretudo nas feiras livres. “Diante deste cenário, os varejistas tiveram que se adaptar rapidamente. Setores de alimentos, bebidas e medicamentos alcançaram um crescimento exponencial”, afirma Cardoso.

O frete grátis e a facilidade também são motivos apontados por pesquisas na área como incentivos ao consumidor. A NielsenIQ Ebit, por exemplo, detectou que entre as principais razões pelas quais as pessoas usam aplicativos de delivery de supermercado estão a comodidade de não sair de casa (65%), a economia de tempo (47%) e a entrega rápida (42%).

O que poderia ser uma tendência passageira frente à emergência sanitária, consolidou-se em face do próprio prolongamento do isolamento social como medida de contenção da Covid-19. Consequentemente, o nicho abriu espaço para a chegada de novos marketplaces que utilizam exclusivamente de canais digitais para vender produtos.

“Os marketplaces passaram a ampliar a variedade de categorias consideradas de primeira necessidade com a queda na procura pelos consumidores por itens da categoria de papelaria, brinquedos, moda e acessórios”, aponta o CEO da LAB2U.

Com a transformação digital, pequenas e médias empresas destes segmentos apoiaram-se em grandes plataformas para vender seus produtos on-line e de forma otimizada. Outra pesquisa da NielsenIQ Ebit, de 2021, projeta que os marketplaces de varejo de alimentos e bebidas vão representar 3% do volume total de vendas pela internet até o ano de 2025 no Brasil.

“Pequenas empresas aproveitam o volume de tráfego que é muito alto nos marketplaces”, explica Cardoso. De acordo com o empresário, outras vantagens incluem desfrutar da “logística, vendas em grande escala e da segurança que o marketplace disponibiliza”.

Novos hábitos, velhos consumidores

Novas formas de consumo mantêm antigos padrões em voga. Como demonstra um levantamento da Consultoria IDados, realizado com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase metade dos lares brasileiros são chefiados por mulheres. Este fato se reflete na venda de itens de primeira necessidade. Uma pesquisa da consultoria Neotrust revela que as mulheres lideraram as compras on-line de alimentos no último ano, representando 59,4% das transações.

Ainda segundo a consultoria, os itens que mais geraram faturamento no e-commerce foram frios e laticínios; bomboniere; carnes, aves e pescados; condimentos, ervas e especiarias; e hortifrúti.

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