Em uma ação pioneira, a Sudene, as instituições de ciência e tecnologia da região e o Consórcio Nordeste deram início à criação da Rede ICT Nordeste (Redictne).

Esse marco foi formalizado com a assinatura de uma carta de intenções durante uma reunião realizada em Recife

A principal meta dessa iniciativa é reafirmar o papel dessas instituições, promovendo um diálogo articulado com outros atores político-institucionais da região para fomentar o desenvolvimento regional.

O objetivo é tornar a região mais competitiva, aproveitando as oportunidades de neoindustrialização. Para se adequar ao novo cenário nacional, o Nordeste precisa estruturar suas cadeias agroindustriais e digitais, o complexo industrial de saúde, investir em bioeconomia, descarbonização e transição energética, promover a transformação digital da indústria e desenvolver tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais.

“Este é um momento histórico: pela primeira vez, a Sudene reuniu os representantes da ciência, pesquisa e inovação do Nordeste para, juntos, pensarmos no futuro da região, integrando a pesquisa ao Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) e à Nova Indústria Brasil (NIB). O objetivo é unir aqueles que possuem conhecimento aos que estão formulando os planos para transformar essas ideias em realidade e melhorar a vida do povo nordestino”, declarou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. Ele enfatizou que a competitividade da região só pode ser alcançada com investimentos em infraestrutura, educação e inovação.

Segundo o reitor Josealdo Tonholo, da Universidade Federal de Alagoas, a proposta é lançar um pacto pelo desenvolvimento do Nordeste. “Cada universidade na região possui uma característica única, que complementa as ações da Sudene, além de um profundo conhecimento dos territórios onde atuam, contribuindo significativamente para a criação de estratégias de reposicionamento do desenvolvimento regional. Essa visão deve ser construída de forma colaborativa com todos os atores político-institucionais do Nordeste”, destacou.

A reunião contou com a presença de representantes de nove universidades, das vinte que compõem a Rede Nordeste (Rene) da Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). “Temos capacidade técnico-científica para aplicar os resultados. Não estamos aqui apenas para preencher currículos na plataforma Lattes”, afirmou a reitora Ludimilla Oliveira, da Universidade Federal Rural do Semiárido, ressaltando a contribuição das universidades para aumentar a competitividade regional.

Espera-se que um acordo de cooperação técnica entre todos os membros da Rede seja assinado em dois meses, já com o plano de trabalho e metas definidos. A primeira “entrega” da iniciativa será o mapeamento das pesquisas em andamento nas instituições de ciência e tecnologia da região, alinhadas com as missões da nova política industrial brasileira. Posteriormente, será elaborada uma agenda de pesquisas com foco nas necessidades do Nordeste, voltada para a inovação, o que demandará discussões sobre políticas de financiamento adequadas aos desafios regionais.

O pró-reitor de Pesquisa e Inovação da Universidade Federal de Pernambuco, Pedro Carelli, destacou a importância de “acelerar a colaboração entre universidades, empresas e governos, incentivando o empreendedorismo e a transferência de conhecimento”. “As políticas de desenvolvimento devem priorizar a inovação, e as universidades têm muito a contribuir nesta área”, acrescentou.

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Participaram do encontro os diretores Álvaro Ribeiro (Planejamento) e Heitor Freire (Gestão de Fundos e Incentivos Fiscais) da Sudene, os reitores Airon Aparecido Silva de Melo (UFAPE), Maria José de Sena (UFRPE), e os vice-reitores Liana Filgueira (UFPB) e Claudia Carioca (Unilab), além de Paulo Cavalcanti e Iure Paiva, ambos da UFPB. Na próxima semana, as equipes técnicas da Sudene e das universidades iniciarão a elaboração da minuta do acordo de cooperação técnica e do plano de trabalho.