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Filme brasileiro que disputa uma vaga no Oscar é do Nordeste

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou hoje (12) o filme Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, como o representante do Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar de melhor filme internacional no Oscar 2024. O filme traz o centro do Recife como personagem principal, umas das principais cidades do Nordeste. Na película, a cidade é revisitada através dos grandes cinemas que serviram como espaços de convívio durante o século 20.

O filme escolhido concorria com cinco que foram pré-selecionados pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais entre 28 longas brasileiros. Também estavam competindo pela indicação os filmes Estranho Caminho, de Guto Parente; Noites Alienígenas, de Sergio Carvalho; Nosso Sonho – A Historia De Claudinho E Buchecha, de Eduardo Albergaria; Pedágio, de Carolina Markowicz; e Urubus, de Claudio Borrelli.

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“Foi uma reunião democrática, representativa em uma comissão ampla. A diversidade e a qualidade dos filmes nos levaram a três horas de debate até chegarmos ao título escolhido”, disse Ilda Santiago, presidente da comissão de seleção, por meio de nota.

Um filme sobre a memória e o cinema

Retratos Fantasmas é um filme que mistura documentário e ficção para explorar a memória e o cinema na cidade do Recife. O filme acompanha a jornada de um cineasta que retorna à sua cidade natal após 20 anos e se depara com os vestígios dos antigos cinemas que marcaram sua infância e juventude.

O filme é uma homenagem aos cinemas que foram desaparecendo ao longo das décadas, vítimas da modernização, da especulação imobiliária e da mudança de hábitos culturais. O filme também é uma reflexão sobre o papel do cinema como arte, entretenimento e resistência.

O diretor Kleber Mendonça Filho é um dos nomes mais consagrados do cinema brasileiro contemporâneo. Ele é conhecido por filmes como Bacurau e Aquarius, que foram aclamados pela crítica e pelo público, tanto no Brasil quanto no exterior. Ele também foi o responsável pelo filme O Som ao Redor, que foi escolhido para representar o Brasil no Oscar em 2013, mas não chegou a ser indicado.

O filme faz uma verdadeira viagem pelos cinemas de Recife.

Um sonho difícil de realizar

Ter sido escolhido como o representante brasileiro ao Oscar não significa que o filme terá garantida uma indicação ao prêmio. Cada país indica um filme como seu representante para a disputa. O Oscar analisa as indicações e faz uma pré-seleção, que será anunciada no dia 21 de dezembro. O anúncio oficial dos filmes que, de fato, vão concorrer ao principal prêmio do cinema mundial será feito no dia 23 de janeiro de 2024. Já a cerimônia que premia os melhores filmes do ano está marcada para 10 de março de 2024.

O Brasil tem um histórico de poucas indicações e nenhuma vitória na categoria de melhor filme internacional (antigamente chamada de melhor filme estrangeiro). O último filme brasileiro a ganhar uma indicação nessa categoria foi Central do Brasil, de Walter Salles, em 1999. No entanto, o último filme brasileiro a ser indicado ao Oscar, mas na categoria de melhor documentário em longa metragem, foi Democracia em Vertigem, de Petra Costa, que concorreu em 2020.

O primeiro filme brasileiro a concorrer na categoria de melhor filme internacional foi O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, em 1963. Ele já havia conquistado a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Antes disso, Orfeu negro, dirigido pelo francês Marcel Camus e baseado na peça Orfeu da Conceição, do poeta brasileiro Vinícius de Moraes, concorreu e venceu a categoria em 1960. No entanto, a aclamada co-produção franco-ítalo-brasileira premiou apenas a França, representante oficial do longa, apesar de quase todos os atores e as locações serem brasileiros.

Depois vieram O Quatrilho, de Fábio Barreto (1996), O Que É Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto (1998), e Central do Brasil, de Walter Salles (1999). Nenhum deles foi premiado.

O Brasil também obteve diversas indicações ao Oscar por outras categorias como animação, canção, atriz, direção, fotografia e roteiro adaptado, entre outros. Mas o mais famoso prêmio do cinema mundial nunca escolheu o Brasil como vencedor.

Uma torcida esperançosa

Apesar das dificuldades, os fãs do cinema brasileiro estão na torcida por Retratos Fantasmas. O filme já recebeu elogios da crítica especializada e foi selecionado para importantes festivais internacionais, como o de Veneza e o de Toronto. O filme também tem o apoio da Ancine (Agência Nacional do Cinema), que vai investir R$ 200 mil na campanha de divulgação do filme junto aos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, responsável pelo Oscar.

O filme tem chances reais de conquistar uma indicação e, quem sabe, até mesmo uma estatueta dourada. Seria um reconhecimento merecido para o cinema brasileiro, que vem sofrendo com cortes de verbas, censura e ataques políticos nos últimos anos.

Retratos Fantasmas é um filme que celebra a arte do cinema e a memória de uma cidade. É um filme que mostra a força e a beleza do cinema brasileiro. É um filme que merece ser visto e aplaudido por todos.

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