Em menos de dois meses após o acordo de cooperação técnica entre a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o IBGE, lançou o primeiro grande fruto dessa parceria: a Casa Brasil Nordeste. Anunciada nesta segunda-feira (29), a iniciativa promete oferecer uma vasta gama de informações regionalizadas sobre economia, sociedade e meio ambiente, tanto em formato digital quanto físico, visando subsidiar políticas públicas e apoiar o setor produtivo.

A Importância da Casa Brasil Nordeste

A Casa Brasil Nordeste é a primeira expansão do projeto Casa Brasil IBGE, inicialmente apresentado pelo instituto em maio. “Historicamente, a Sudene é a referência sobre os aspectos da economia, da sociedade e do meio ambiente da região.

O lançamento da Casa Brasil Nordeste retoma esse legado. Primeiro porque nos aproxima ainda mais da sociedade, que passa a entender melhor o impacto do nosso trabalho nos indicadores sociais e econômicos. E em segundo lugar, resgata a tradição da Sudene de produzir análises sobre esses aspectos, para prestar contas, melhorar nossa gestão e atrair investidores”, explicou Danilo Cabral, superintendente da Sudene.

Marcio Pochmann, presidente do IBGE, destacou a importância de novos olhares para o Nordeste: “Precisamos ter novos olhares para o Nordeste. Entendendo que a região possui um ambiente propício para impulsionar o crescimento do Brasil. E, a partir disso, vencer os desafios sociais que ainda persistem. A Casa Brasil IBGE Nordeste emerge da parceria do IBGE com a Sudene, concretizando a disponibilização de informações georreferenciadas e estatísticas voltadas à região nordeste do Brasil, e representa um passo importante na disponibilização de dados regionais que possibilitam avançar no monitoramento e avaliação de políticas públicas.”

Funcionalidades e Acesso

Inicialmente lançada em versão digital, a Casa Brasil Nordeste contará com informações sobre nove macroáreas do IBGE. A curadoria de conteúdo ocorrerá através de uma equipe multidisciplinar composta por geógrafos, estatísticos, economistas e arquitetos da informação. Os usuários poderão acessar mapas, pesquisas e indicadores socioeconômicos aplicados ao território da área de atuação da Sudene. Além disso, vão produzir e baixar relatórios.

Além da plataforma digital, a Casa Brasil Nordeste terá uma sala interativa aberta para visitações na sede da Sudene, em Recife. Este espaço contará com totens exibindo conteúdo multimídia. Dessa forma, proporcionando uma imersão nos dados relevantes para a compreensão das dinâmicas sociais, econômicas e ambientais da região.

Terão destaques os potenciais que transformam o Nordeste em um território de oportunidades. Ao mesmo tempo, o objetivo é contribuir para tornar o Brasil uma referência em bioeconomia, neoindustrialização e outras agendas.

Conferência Nacional e Oficinas

Como parte das atividades da Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados, organizada pelo IBGE, a Sudene coordenará o Grupo de Trabalho 8 (GT 8) – “Oportunidades do Nordeste na Era Digital”. O objetivo do GT é debater a importância de pesquisas e ações no Nordeste, promovendo o desenvolvimento regional com foco na inovação e tecnologia. Participarão do GT Tânia Bacelar (Consultoria Econômica e Planejamento – Ceplan), Alfredo José Pessoa de Oliveira (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – IPECE), Ana Cristina de Almeida Fernandes (Universidade Federal de Pernambuco – UFPE) e Paulo de Martino Jannuzzi (Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE).

O Papel da Sudene

A Sudene é responsável pela elaboração de políticas públicas regionais para 11 estados e 2.074 municípios. As suas estratégias estão no Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). A iniciativa visa fortalecer as vocações econômicas locais e superar desafios de forma sustentável.

A princípio, a superintendência oferece diversos instrumentos financeiros para estimular o setor produtivo. Desse modo, incluindo linhas de financiamento através do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FDNE) e do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNE). Além disso, promove um programa de incentivos fiscais para empreendimentos na região.