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Nordestina atua na equipe de resgate do exército de Israel

Carolina Mendes é uma jovem nordestina de 20 anos que mora em Israel desde os 14. Ela faz parte das equipes de resgate do exército israelense, que atualmente passa por confrontos com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Carolina é de família judia, descendente de sobreviventes da Segunda Guerra Mundial que imigraram para o Brasil. Ela foi para Israel para cursar o ensino médio por um programa de estudos para jovens judeus e decidiu ficar no país para cumprir o serviço militar obrigatório.

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Ela estava na ativa como soldado quando foi convocada para combater o Hamas desde o último dia 7 de outubro. Ela atua como combatente e teve que arrumar sua mala por um mês, sem saber quando voltaria para casa.

Em entrevista ao G1, ela contou como tem sido sua rotina na guerra, os momentos de medo e tristeza, a saudade da família e do Brasil, e o orgulho de defender seu país.

Uma cearense no exército de Israel

Carolina nasceu em Fortaleza, mas cresceu em São Paulo, onde sua mãe, Izabel Mendes, comerciante, mora atualmente. Ela tem quatro irmãs, todas criadas dentro do judaísmo.

Carolina nasceu em Fortaleza e morre de saudades da sua terra.

Quando tinha 14 anos, ela seguiu o exemplo de uma irmã mais velha e foi para Israel estudar por três anos. Ela morava na escola durante a semana e ia para Tel Aviv nos fins de semana, onde ficava com a irmã. Ela se adaptou bem à cultura e ao idioma hebraico e conquistou a dupla cidadania.

Ao terminar o ensino médio, ela resolveu ficar em Israel e se alistou no exército, como é obrigatório para homens e mulheres aos 18 anos. Ela escolheu fazer parte das equipes de resgate, que prestam socorro aos feridos em situações de emergência.

Ela conta que sempre teve vontade de servir ao país que a acolheu e que considera sua segunda casa.

“Eu sempre quis ficar aqui e fazer parte do exército. Eu acho que é uma forma de retribuir tudo o que Israel me deu. Eu me sinto muito conectada com esse país, com a história do meu povo, com a minha religião. Eu tenho muito orgulho de ser brasileira e israelense”, diz Carolina.

A rotina na guerra

Carolina estava na base militar onde trabalha quando soube do ataque do Hamas a Israel. Ela diz que não esperava uma escalada tão rápida da violência e que ficou assustada com a situação.

“A minha comandante começou a me ligar muitas vezes, até que ela falou que eu tinha que arrumar minha mala por um mês. Eu não sabia o que estava acontecendo, achei que era só bomba como sempre. Quando liguei a televisão, achei que a gente estava em um filme. Estava tudo muito descontrolado”, relembra.

E acrescenta: “Eu peguei meu uniforme, meu capacete, meu colete à prova de balas, minha arma, meu kit médico e fui para o ônibus. A gente não sabia para onde ia, só sabia que ia para perto da fronteira com Gaza”, conta.

Carolina diz que sua equipe foi enviada para uma base mais próxima da Faixa de Gaza, o território palestino controlado pelo Hamas. Lá, eles ficaram em alerta constante e logo demais se mudaram para outro local mais afastado.

A saudade da família e do Brasil

Carolina diz que tem mantido contato com sua família no Brasil por meio de mensagens e ligações, mas que nem sempre consegue falar com eles por causa da falta de sinal ou da correria do trabalho.

Ela diz que sua mãe e suas irmãs estão muito preocupadas com ela e que tentam mandar notícias e palavras de apoio.

“Elas me mandam mensagens todos os dias, perguntando se eu estou bem, se eu estou segura, se eu preciso de alguma coisa. Elas me dizem para ter cuidado, para ficar forte, para confiar em Deus. Elas me mandam muito amor e carinho”, conta.

Carolina diz que sente muita falta da família e do Brasil, especialmente de Fortaleza, onde tem muitos parentes e amigos. Ela diz que adora a cidade, o clima, a comida e as praias.

“Eu amo o Brasil, é o meu país de origem, onde eu nasci e cresci. Tenho muita saudade de tudo, da minha mãe, das minhas irmãs, dos meus primos, dos meus amigos, da minha casa. Eu sinto falta de Fortaleza, do sol, do mar, do baião de dois, do pastel de carne”, diz.

O sonho de paz

Carolina diz que não sabe quando a guerra vai terminar, mas sonha com dias melhores. “Eu sonho com a paz entre Israel e os palestinos. Que um dia a gente possa conviver sem medo, sem ódio, sem violência. E a gente possa respeitar as diferenças e aceitar as diversidades. Eu sonho que a gente possa ser felizes juntos”, diz.

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