18 / 04 / 2024

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Sérgio Matos: “Eu devo minha linguagem ao Nordeste e a Paraíba”

Renomado designer comenta a influência da região em suas criações e a importância de democratizar a arte em João Pessoa, com o lançamento da loja Espaço Arte Brasil

Com um talento nato para transformar matéria-prima brasileira em arte, o mato-grossense Sérgio Matos, radicado na Paraíba, tornou-se uma das grandes referências do design no Brasil e no exterior. O artista faz questão de exaltar a identidade nacional em suas criações, utilizando como inspiração a fauna e flora do Brasil e elementos da cultura popular em seus processos de criação.

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Formado em Design de Produto pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) em 2005, Sérgio também carrega muita bagagem cultural e afetiva do Nordeste. “Basicamente, todo o início de concepção dos produtos que nós produzimos teve inspiração em Campina Grande e região. Eu carrego muito isso da Paraíba, e realmente fez diferença eu ter me mudado para cá. Meu trabalho só cresceu com a visão que eu tive daqui”, reflete Matos.

Atualmente, o designer mantém seu estúdio profissional em Campina Grande e continua utilizando elementos da cultura regional como inspiração para suas criações. “Nós temos peças que foram lançadas recentemente, inspiradas nas flores do mandacaru. Sempre tem algo do Nordeste dentro disso tudo”, revela.

Recentemente, o artista esteve em João Pessoa para a inauguração do Espaço Arte Brasil, no Liv Mall Shopping. Além das peças de mobiliário assinadas por ele – uma delas a icônica cadeira Cobra Coral – a loja também conta com obras de outras importantes referências da arte brasileira como Miguel dos Santos, Flávio Tavares, Clóvis Júnior, Fred Svendsen, Raul Córdula e Chico Ferreira.

Para o designer, o Espaço Arte Brasil é um incentivo a cultura nordestina, uma oportunidade para os novos talentos que se lançam e uma celebração aos experientes artistas do Nordeste. “Uma loja de arte já é algo difícil de se ver, principalmente em um shopping, e mais ainda valorizando o artista local. E nós estamos falando aqui de grandes artistas e artesãos que levam a Paraíba e o Nordeste como uma identidade. Isso é o que faz a diferença em um espaço desse”, celebra.

Na entrevista que segue, Sérgio comenta o impacto da abertura do Espaço Arte Brasil para a democratização da arte em João Pessoa, a influência do Nordeste em seu processo de criação e seus futuros projetos.

A inauguração do Espaço Arte Brasil é um primeiro passo para democratizar o acesso à arte em João Pessoa. Como você enxerga esse movimento?

Uma loja de arte já é algo difícil de ver, principalmente em um shopping, e mais ainda valorizando o artista local. E nós estamos falando aqui de grandes artistas e artesãos que levam a Paraíba e o Nordeste como uma identidade. Isso é o que eu acho que faz a diferença em um espaço desse. Você tem artistas de diferentes tipologias, como mobiliário, luminárias, esculturas e pinturas de gente que está começando agora e é muito talentoso ou de quem já está estabilizado no mercado há muito tempo.

Como você enxerga uma peça sua desfilando nesse espaço diante de novos talentos e nomes nacionais tão renomados quanto o seu?

Na verdade, é uma honra fazer parte desse espaço justamente por isso, porque aqui estão artistas que eu admiro demais, como Miguel dos Santos. Eu conheço também artesãos que encontrei na Feira de Artesanato de Campina Grande há anos atrás, que estavam começando e, hoje, estão expondo junto com Miguel dos Santos, que é uma das maiores referências para nós. Então, é bacana você conseguir fazer essa curadoria inclusiva de trazer alguém que está começando e o grande artista em um ambiente que pode proporcionar a você encontrar diferentes manifestações artísticas em um mesmo lugar. É diferente para uma pessoa que não conhece onde estão os ateliês e tem que visitar um a um se quiser comprar arte, agora você encontra tudo em um mesmo lugar. Acho isso fantástico!

As suas peças de mobiliário tem características bem marcantes. Atualmente, o que você tem produzido? Como tem sido seu olhar para a arte hoje?

Eu acho que a minha linguagem eu devo muito ao Nordeste e a Paraíba. Basicamente, todo o início de concepção dos produtos que a gente faz teve inspiração em Campina Grande e região. Eu acho que carrego muito isso da Paraíba e realmente fez diferença eu ter me mudado para cá, porque meu trabalho só cresceu com a visão que eu tive daqui. Ainda hoje, meu estúdio continua instalado em Campina Grande e nós continuamos produzindo peças novas inspiradas em referências da região. Nós temos peças que foram lançadas recentemente que foram inspiradas nas flores do mandacaru. Sempre tem algo do Nordeste dentro disso tudo.

Nós também estamos com lançamentos em parceria com grandes nomes de outras áreas, porque eu acho interessante isso de misturar pensamentos de outros segmentos. Fizemos um lançamento agora com uma personalidade [da área] da moda, a modelo Isabeli Fontana, e também faremos com um artista plástico. Então, a cada 3 meses vamos lançar uma peça em parceria com uma pessoa que tem uma habilidade em alguma outra área que não seja design. A ideia é misturar esses mundos e as artes.

Como tem sido o processo de criação dessas novas peças?

A nossa primeira experiência foi com a modelo Isabeli Fontana e ela trouxe muito da parte de moda para a peça que nós lançamos. São 100 peças numeradas, então sempre vai ser edição limitada. E criar com uma pessoa que é de outra arte abre um horizonte que você não conhecia, a gente acabou conhecendo uma cartela infinita de cores e materiais que ela trouxe da moda, a linguagem que ela entende da moda e o público que ela tem também. Eu acho que esse tipo de parceria acrescenta para os dois lados, porque ela sai com uma visão um pouco maior do design e eu saio com um visão um pouco maior da moda, e isso vai acontecer em outras áreas também.

O que você tem consumido de arte na sua casa, no seu dia a dia?

Eu estava vendo as peças do Bento de Sumé, porque eu já sou um colecionador das peças dele há muito tempo, então eu já estava de olho em peças que nunca vi e não tenho nada parecido. Esse é o tipo de arte que eu consumo. A do Sérgio Teófilo, que é outro artista da Paraíba, que faz esculturas com argila e agora tem peças de madeira, essa parte eu não conhecia e já é outra coisa que eu quero para mim. E algo que eu tenho bastante em casa são fotografias de outros fotógrafos amigos que eu estou trazendo para mim.

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