Nos dias 10e 11 de novembro encontro discute o Setor em Salvador
A Bahia é um estado privilegiado pela natureza, com mais de 900 quilômetros de praias, a maior extensão litorânea do País. Além disso, possui uma grande diversidade de ecossistemas aquáticos, como rios, lagos, açudes, barragens e estuários. Essas características fazem da Bahia um território com alto potencial para a produção de pescado, tanto da pesca extrativa quanto da aquicultura. Por isso que o estado mira liderar o setor no Brasil
No entanto, apesar de ser a maior consumidora de pescado no Brasil, a Bahia ainda importa de outros estados boa parte do peixe que consome. Além disso, os dados sobre a produção e o número de profissionais envolvidos na atividade são imprecisos e desatualizados. Esses são alguns dos desafios que o setor enfrenta para se desenvolver e gerar mais renda e qualidade de vida para os trabalhadores.
Para discutir essas questões e buscar soluções conjuntas, nos dias 10 e 11 de novembro serão realizados em Salvador o 19º Encontro de Pescadores e Aquicultores na Bahia e o 1º Fórum Nacional da Pesca e Aquicultura. Os eventos vão acontecer no Cerimonial Rainha Leonor (Pupileira), na avenida Joana Angélica, em Nazaré, Centro da capital baiana.
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A estimativa é reunir cerca de 1,5 mil participantes de todo o estado, entre trabalhadores da pesca, lideranças, empresários, gestores e representantes do poder público. O objetivo é debater os principais problemas que afetam o setor, como a falta de políticas públicas de ordenamento e incentivo da atividade, o acesso a linhas de crédito compatíveis com a realidade dos pescadores, a capacitação profissional, a diminuição das espécies, os baixos níveis de água doce e a poluição ambiental.
Condições de liderar
O presidente da Federação Baiana dos Trabalhadores de Pesca e da Aquicultura (Febape), Antônio Carlos Teixeira, o “Carlinhos da Pesca”, 54 anos, com 20 anos de experiência no ramo, destaca que a Bahia tem condições de ser a maior produtora de pescados do Brasil, tanto da pesca de captura quanto da aquicultura, que é o cultivo racional de organismos aquáticos em ambiente confinado e controlado.
Segundo ele, a aquicultura é uma atividade que vem crescendo no estado, com grande diversidade na produção de peixes, crustáceos e moluscos. O destaque é a produção de tilápia, que responde por uma parcela significativa do pescado na Bahia.
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“Apesar de possuir a maior faixa litorânea do Brasil, cerca de 14% de toda costa Brasileira, e também a maior extensão ribeirinha no Rio São Francisco – mais de mil quilômetros –, além de grandes açudes e barragens, e de ser a maior consumidora de pescado no Brasil, a Bahia importa mais de 80% do pescado que consome”
, afirma Carlinhos.
Novas políticas públicas
Ele ressalta que o setor precisa de novas políticas públicas que valorizem e apoiem os trabalhadores da pesca e da aquicultura. “São alguns pontos que julgamos necessários para desenvolver a atividade e possibilitar uma melhoria da qualidade de vida da categoria”, explica.
Ele cita ainda a necessidade de investimento na renovação e manutenção das embarcações pesqueiras. “O investimento, a abertura de crédito para renovação e manutenção de embarcações é uma das principais demandas dos trabalhadores. É preciso desburocratizar essa área. Infelizmente, o comércio ainda enxerga embarcação e outros itens como equipamentos para ricos”, conta.
De acordo com o presidente da Febape, existem entre 130 mil e 140 mil profissionais da pesca cadastrados no estado, mas o número é impreciso devido a outras questões (como o caso de trabalhadores que deixam de formalizar a atuação profissional, por conta do recebimento de auxílios governamentais, entre outros).