O biometano vem entrando no cenário como um forte biocombustível. Em recente entrevista para a Folha de São Paulo, Milton Pilão, CEO da Orizon Valorização de Residuos, empresa listada na Bolsa de São Paulo, que o cenário é muito promissor, para ele “ O Biometado é a Bola da Vez” das energias. Ele afirmou que

“No conjunto, temos tecnologia de compostagem acelerada para gerar fertilizante, triagem mecanizada para reciclados, equipamentos para transformar resíduo em pallets de combustível e também captar o biogás do aterro, que podemos transformar em energia elétrica ou bio metano. A demanda por gás renovável hoje é muito maior que a oferta, especialmente pelas indústrias e estamos priorizando o biometano”

Como fica o Nordeste neste cenário?

No cenário energético do Nordeste brasileiro, o biometano emerge como uma alternativa inovadora e sustentável, contribuindo para a transição rumo a fontes mais limpas e renováveis. Esse combustível gasoso, produzido a partir da decomposição de matéria orgânica, mostra-se promissor na região, não apenas pela sua capacidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, mas também pela oportunidade de impulsionar a economia local.

Potencial de Produção:

O Nordeste, com sua rica biodiversidade e vastas áreas agrícolas, apresenta um cenário propício para a produção de biometano. Resíduos agrícolas, dejetos animais e outras biomassas disponíveis na região podem ser convertidos em biometano por meio da digestão anaeróbica. Esse processo não apenas reduz os resíduos orgânicos, mitigando impactos ambientais, mas também gera um combustível versátil.

Projetos em Andamento:

Diversos projetos-piloto e iniciativas já estão em andamento no Nordeste, visando a produção e utilização do biometano. Estações de tratamento de esgoto, fazendas e plantas industriais estão implementando tecnologias avançadas para capturar e converter biogás em biometano, que pode ser injetado na rede de gás natural existente. Essa prática contribui para a diversificação da matriz energética regional.

Benefícios Ambientais e Socioeconômicos:

Além dos benefícios ambientais, como a redução das emissões de metano, um potente gás de efeito estufa, o uso do biometano no Nordeste tem o potencial de impulsionar a economia local. A geração de empregos na produção e manutenção das instalações, aliada à valorização de resíduos agrícolas, promove uma abordagem circular e sustentável.

Desafios a serem superados:

Apesar do potencial promissor, alguns desafios precisam ser superados para uma adoção mais ampla do biometano no Nordeste. A infraestrutura de transporte e distribuição ainda precisa ser expandida para acomodar o biometano, e políticas públicas favoráveis são necessárias para incentivar investimentos e promover a integração do biometano na matriz energética regional.

Perspectivas futuras:

O Nordeste, conhecido por sua diversidade e resiliência, está trilhando um caminho sustentável ao explorar o potencial do biometano. Com avanços tecnológicos e o apoio contínuo de governos, empresas e comunidades locais, a região pode posicionar-se como um líder na produção e utilização desse combustível renovável.

Em um momento em que a busca por soluções energéticas sustentáveis se intensifica, o Nordeste brasileiro destaca-se como um protagonista na transição para um futuro mais verde, impulsionado pelo poder do biometano.

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Como é gerado o Biometano?

O biometano, também conhecido como gás natural renovável, é gerado por meio de um processo chamado digestão anaeróbica. Esse processo envolve a decomposição de matéria orgânica por microorganismos em um ambiente sem a presença de oxigênio. Aqui estão as etapas principais da geração de biometano:

1. Coleta de Matéria Orgânica: A matéria-prima para a produção de biometano pode incluir resíduos agrícolas, dejetos animais, resíduos orgânicos de alimentos, lodo de esgoto e outros materiais ricos em carbono.
2. Pré-Tratamento: Antes de entrar no processo de digestão anaeróbica, a matéria orgânica passa por um estágio de pré-tratamento. Isso pode envolver a trituração ou moagem para aumentar a superfície de contato, facilitando a ação dos microorganismos.
3. Digestão Anaeróbica: A matéria orgânica é colocada em um ambiente fechado e sem a presença de oxigênio, conhecido como biodigestor. Nesse ambiente, bactérias anaeróbicas decompõem a matéria orgânica, liberando metano e dióxido de carbono como subprodutos. Essa mistura de gases resultante é chamada de biogás.
4. Tratamento do Biogás: O biogás passa por um processo de purificação para remover impurezas, como o dióxido de carbono e compostos sulfurados, resultando no biometano. Esse gás purificado atinge uma qualidade semelhante à do gás natural fóssil.
5. Injeção na Rede de Gás Natural ou Uso Local: O biometano pode ser injetado diretamente na rede de gás natural existente, misturado com gás natural fóssil ou utilizado localmente como combustível em veículos, indústrias ou residências.

O processo de geração de biometano é altamente sustentável, pois utiliza resíduos orgânicos, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, contribuindo para a gestão sustentável de resíduos. Essa abordagem alinha-se aos princípios da economia circular e à busca por fontes de energia mais limpas e renováveis.

REDAÇÃO