O futebol do Nordeste acaba de marcar um gol de placa em termos de representatividade. Isto por conta da eleição de Emerson Ferretti como o novo presidente do Bahia. Essa vitória não apenas solidifica a trajetória de um ex-goleiro de destaque. Contudo, também o torna o primeiro presidente abertamente gay de um clube das séries A à D no país, um feito histórico celebrado pelo Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBT.
Quem é Emerson Ferretti:
Nascido em Porto Alegre, Emerson Ferretti, aos 52 anos, tem uma história marcante no futebol nacional. Inicialmente revelado pelo Grêmio nos anos 90, o ex-goleiro teve uma carreira notável que incluiu passagens por diversos clubes, como Flamengo, América-RJ, América-RN, Ituano, Bragantino, Juventude e Vitória.
Contudo, foi no Bahia que Emerson viveu seu auge no futebol, especialmente entre 2000 e 2005. Vestindo a camisa tricolor, ele se destacou como o goleiro que mais vezes defendeu o clube (266 jogos) e atingiu a impressionante marca de 155 partidas consecutivas. Sua passagem pelo Bahia incluiu duas conquistas da Copa do Nordeste e um título estadual.
Além dos triunfos com o Bahia, Ferretti conquistou duas Copas do Brasil, uma pelo Grêmio e outra pelo Juventude. No Flamengo, foi campeão carioca, enquanto no Vitória venceu um campeonato baiano.
Pós-Carreira
Aposentado em 2007 aos 35 anos, Emerson Ferretti continuou contribuindo para o futebol. Entre 2012 e 2017, assumiu a presidência do Ypiranga, demonstrando seu comprometimento contínuo com o esporte.
Assumindo a Identidade
Em 2022, Emerson Ferretti deu um passo corajoso ao assumir publicamente sua orientação sexual. Em uma entrevista ao podcast ‘Nos armários dos vestiários’, do GE, o ex-atleta compartilhou abertamente sua jornada, tornando-se um símbolo de quebrar barreiras e desconstruir estigmas no mundo do futebol.
Emerson Ferretti não é apenas um presidente de clube; ele é um pioneiro que desafia padrões e contribui para a construção de um futebol mais inclusivo e diversificado. Sua eleição representa não apenas uma conquista pessoal, mas também um avanço significativo para a representatividade LGBTQ+ no esporte brasileiro. O Bahia, com Emerson à frente, abre as portas para um futuro mais igualitário e acolhedor no cenário do futebol nordestino.